Jejum Intermitente
Com certeza você já deve ter ouvido falar sobre o Jejum intermitente, que nada mais é do que uma estratégia que visa uma restrição total ou parcial na ingestão de alimentos/ energia, por um período maior do que as 8-12h normais do jejum noturno.
Tipos de jejum intermitente
- Jejum em dias alternados: envolve dias completos de absoluto jejum (permitido apenas o consumo de chás não adoçados e água) com dias de alimentação normal;
- Jejum modificado ou restrição calórica intermitente: restrição de 20 a 25% da ingestão calórica normal, em dias de “jejum” pré-determinados. Também conhecido como a dieta 5:2 (dois dias de restrição, seguidos por 5 dias de dieta normal);
- Período restrito de alimentação: quando a “janela” de alimentação é restrita à poucas horas por dia (geralmente 6 a 8 horas para se alimentar, seguidos por jejum no resto do dia);
- Jejum religioso: praticado por muçulmanos e adventistas do sétimo dia, entre outras religiões. Cada uma com suas peculiaridades. Por exemplo, durante o ramadã (jejum para os muçulmanos), jejua-se do momento em que o sol nasce até o momento em que ele se põe, sendo que água, cigarro e medicações são proibidos neste período.
O jejum intermitente tem sido praticado desde a antiguidade por povos distintos em todo o mundo, como parte de suas culturas religiosas ou mesmo com objetivos de cura. Atualmente, o interesse sobre este tema vem se renovando, em vista dos possíveis benefícios à saúde que esta prática pode proporcionar.
Muitos estudos recentes sugerem que o Jejum Intermitente é uma ferramenta eficiente para redução de peso, para melhora do metabolismo da glicose (comparável à cirurgia bariátrica), da saúde cardiovascular, da saúde mental, da inflamação crônica e da microbiota intestinal.
Isso porque, ao reduzirmos a disponibilidade de alimentos/ energia por um período, temos uma redução da produção de radicais livres e a ativação de mecanismos de adaptação celular que estão relacionados com a resistência do corpo ao estresse, redução da inflamação e a reparação de danos celulares.
Porém, existem cuidados que devem ser considerados quando pensamos nesta estratégia. Vale lembrar que mais importante do que o período de jejum, é manter uma alimentação de qualidade, variada e, de preferência, natural. Uma dieta ao estilo da dieta mediterrânea seria a mais indicada quando pensamos na prevenção de doenças crônicas e longevidade.
E o jejum intermitente é contraindicado para algumas pessoas, tais como: pessoas que possuem histórico de transtornos alimentares, pessoas com IMC abaixo de 18 ou acima de 40, diabéticos, gestantes, nutrizes (mulheres que estão amamentando), crianças ou adolescentes em fase de crescimento, pessoas desnutridas, doentes renais crônicos, doenças hepáticas, idosos, entre outros. Por isso, a dica que fica é a seguinte: Se você tem interesse em realizar este protocolo procure um nutricionista! É necessário ter o acompanhamento de um profissional para evitar complicações decorrentes do jejum intermitente, que infelizmente são muito comuns.
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